Especialista aponta sete atitudes dos pais que costumam atrapalhar o desenvolvimento da independência nos filhos
Em artigo disponibilizado no portal da prestigiada revista de negócios e economia Forbes (e lido por quase sete milhões de pessoas em pouco mais de dois meses), a coach de carreira e liderança Kathy Caprino comenta sete comportamentos parentais bastante frequentes que podem jogar contra a formação empreendedora das crianças. A autora, que trabalhou como terapeuta familiar antes de se tornar coach profissional, elaborou sua lista com base no trabalho de Tim Elmore, especialista em liderança e fundador da Growing Leaders – uma organização que busca orientar jovens para fazer deles os LÍDERES DO FUTURO. . Confira as sete atitudes que prejudicam o senso de independência e o potencial de liderança de seus filhos:
- Não deixar que as crianças se arrisquem.
A superproteção parece uma tendência social, mas embute efeitos adversos. Segundo pesquisas, crianças que não brincam fora de casa (e não têm a oportunidade de experimentar um belo joelho ralado) são mais propensas a fobias na fase adulta. Caindo, aprendem que isso é normal, assim como adolescentes amadurecem com suas desilusões amorosas.
- Ajudá-los imediatamente.
Gerações recentes de pais mais têm sido pródigas em correr ao socorro dos filhos, resolvendo toda sorte de problema por eles. O problema é que isso tira das crianças a oportunidade de navegar dificuldades e encontrar soluções. Alivia na hora, mas tolhe o potencial de liderança e conduz a adultos despreparados para lidar com a complexidade do mundo real.
- Elogiar demais.
Em vez de fortalecer a autoestima dos filhos, elogios sem motivo e “vistas grossas” para o mau comportamento são duas atitudes com sérios efeitos colaterais. De acordo com estudos, ao perceber que só o pai e a mãe dizem que ela é fora de série, a criança começa a duvidar dessa avaliação, podendo aprender a trapacear, exagerar e mentir para driblar a realidade.
- Deixar que a culpa atrapalhe a boa liderança.
Toda criança supera a decepção de ouvir um “não” dos pais. O que ela nem sempre supera é o impacto negativo de ser mimada. O melhor, portanto, é deixar que os pequenos lutem pelo que valorizam e necessitam. Eles têm de aprender que o sucesso só vem com boas atitudes. Recompensá-las materialmente também é uma armadilha, pois um relacionamento baseado nisso não promoverá a motivação intrínseca nem o amor incondicional.
- Esconder erros do próprio passado.
Adolescentes saudáveis querem alçar voos por si mesmos, e isso é bom, mas os pais podem ajudá-los a fazer as melhores escolhas. Compartilhar alguns erros seus de quando tinha a idade deles é positivo – mas evite “lições negativas” relacionadas a álcool ou drogas, por exemplo. Conte como se sentiu frente a experiências semelhantes às deles e quais as lições aprendidas. E lembre-se: os pais não são a única influência dos filhos, então têm de ser a melhor.
- Confundir inteligência, talento e influência com maturidade.
Crianças inteligentes, talentosas ou influentes entre seus pares não estão, por conta disso, prontas para o mundo. A maturidade é um processo à parte, e não há uma “idade mágica do juízo”, nem um guia definitivo sobre quando uma criança deve ganhar liberdades específicas. Uma boa regra geral é observar outras da mesma idade. Se elas estiverem fazendo mais por si, aí sim, talvez você esteja atrasando a independência do seu filho.
- Não praticar o que pregamos.
Exemplos e atitudes ensinam melhor do que palavras, portanto é fundamental que exista coerência entre as lições verbais e não verbais dadas aos filhos. Um bom começo é falar sempre a verdade e tomar cuidado com cada pequena decisão ética. Se você não pegar atalhos, seus filhos entenderão que isso não é admissível para eles também. Se você for altruísta e socialmente engajado, seus filhos provavelmente farão o mesmo.
Fonte: Revista R